A "onda gigante" que lançou o pânico no Algarve terá sido a 22 ou 23 de Agosto de 1999 ou de 2000, conforme as fontes online, que não se entendem. O que sei de certeza é que foi num fim de semana, aposto em 22 de Agosto de 1999, um Domingo à tarde, porque recordo-me bem deste momento histeria colectiva. Quando soube do "acontecimento" estava em Olhão - Sotavento algarvio - com os meus pais a assistir a um jogo de futsal da minha irmã, num local com bastante gente, a noticia correndo de boca em boca, creio que até por telemóvel ou rádio. Na altura não me preocupei muito, porque - obviamente - se fosse realmente uma onda gigante, um tsunami - apesar da ausência de um terremoto anterior - não teria dado tanto tempo a avisar e tanta gente fugir das praias, cheias nesta altura do ano. Mais tarde, ao ver o noticiário, tivemos conhecimento da real dimensão da balbúrdia causada pela "onda gigante".
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Foto mais recente, de um fenómeno semelhante. Fonte: CEMAL |
O que aconteceu então? Apenas uma miragem, uma ilusão óptica designada por "
Fata Morgana" (sim, como a
música do Roberto Leal), causada por uma inversão térmica, ou seja, "
é uma camada atmosférica de espessura de uma centena de metros que ocorre no topo da camada limite planetária (CLP), a uma altitude da ordem de 1 km sobre áreas continentais, e onde o gradiente térmico decresce com a altura, numa razão inferior a 10 graus por km."[1], uma "lente natural" que causa a distorção de objectos ou lugares distantes:
Uma Fata Morgana:
Neste famoso caso no Algarve, que ocupou as conversas dos portugueses durante muitos dias, a camada de ar quente sobre uma camada mais fria criou a ilusão de uma onda gigante vinda do Norte de África. Enquanto este fenómeno raro durou, muita gente abandonou as praias, até a conselho das autoridades, criando filas gigantes de trânsito e confusão. Falava-se de pessoas que fugiam sem pagar a conta, por exemplo. Na minha zona, as ilhas barreira da Ria Formosa estavam cheias de pessoas, e no caso de um tsunami, pouco ficaria de pé.
Um recorte de jornal:
E você, caro leitor, onde estava quando veio a "Onda Gigante"?